segunda-feira, 27 de agosto de 2018

João Amoêdo (NOVO) no Canal Livre de hoje (27 ago.)


João Amoêdo nasceu em 22/10/1962 (55 anos), no Rio de Janeiro (RJ). Engenheiro, é casado e tem três filhos. Foi executivo do mercado financeiro com passagem por diversos bancos privados, tendo sido membro do Conselho de Administração do Banco Itaú e chegado à presidência do Unibanco. Desde 2010 se dedica em tempo integral à formação do Novo, partido político que defende a eficiência na gestão pública e a renovação das lideranças políticas brasileiras. Deixou a presidência do Novo e o Conselho de Administração da construtora João Fortes em 2017 para se candidatar a presidente da República.

Entrevistado pela equipe do Canal Livre, João Amoêdo falou a respeito do partido Novo, da situação do Brasil e de suas propostas como candidato à presidência. Segue um resumo de suas colocações durante o programa.

O partido Novo é voltado para o eleitor e não para os políticos. Não usa dinheiro público, não está ligado a sindicato ou associação religiosa e nem é uma dissidência de qualquer outro partido político. Não tem problemas de fazer coligação desde que com partidos que tenham os mesmos princípios e valores. Entre fazer o melhor e fazer o certo, o Novo prefere fazer o certo. Como o sistema político atual é feito para fechar qualquer entrada de novos políticos, o partido Novo é um projeto para as próximas gerações – é para longo prazo. A crise política e a Lava Jato, que deixaram as pessoas ainda mais indignadas, fizeram com que o Novo pudesse ser mais notado.


Quanto ao financiamento público de campanha, João Amoêdo diz não fazer sentido tirar dinheiro da saúde e da educação para colocar no bolso dos partidos para bancarem as eleições. Ele acredita que não se vai mudar o país do dia para a noite, mas é preciso começar e dar o exemplo. As mudanças no Brasil precisam ser feitas com base em princípios e valores, caso contrário o país continuará em “voo de galinha”. A reforma política não anda porque aqueles que precisam fazê-la se nutrem do sistema – um sistema feito no Brasil contra o cidadão e a favor dos que já estão no governo, e só a sociedade, que está pagando a conta, é que por meio de seu voto pode mudar isso.

Os partidos políticos brasileiros não apresentam uma ideologia definida, o que pode ser visto ao se analisar as alianças que foram feitas para as eleições 2018. A enorme quantidade de votos brancos e nulos percebida nas eleições suplementares ocorridas para governador e prefeito deste ano dá uma ideia da grande indignação do povo.

A proposta de João Amoêdo, se eleito presidente, passa por três atos principais: cortar privilégios e benefícios; montar uma boa equipe técnica e competente; levar um conjunto de medidas para o Congresso, tais como a reforma da Previdência, a reforma administrativa (de 26 ministérios passaria para 12, além de uma diminuição no número de secretarias, que hoje é de 250), a avaliação de funcionários públicos com a premiação dos bons e reciclagem dos demais (estudos apontam que os funcionários públicos recebem 50% mais do que é pago na iniciativa privada), além da reforma política. Acredita que com respaldo popular e com clareza das explicações durante a campanha, haverá possibilidade de fazer as mudanças.

Quanto à reforma trabalhista, João Amoêdo acredita que foi positiva, mas ainda deixou algumas brechas que poderiam ser revistas, tal como a portabilidade do FGTS: o empregado deveria ter o direito de aplicar seu fundo de garantia da forma que melhor lhe aprouver, pois hoje o governo paga taxas baixíssimas de rendimento sobre esse fundo. Acredita que tudo o que der maior liberdade econômica para as empresas, como a terceirização, será melhor para o Brasil. É preciso equilibrar as contas públicas e dar segurança jurídica, pois assim certamente haverá maior interesse das empresas pelo nosso país.

É preciso atacar a pobreza e a desigualdade social, mas quando o governo dá pouco reajuste ao FGTS, mas empresta o dinheiro desse fundo para grandes empresas, quando investe mais no ensino superior do que no fundamental, o governo está investindo mal o dinheiro. Amoêdo acredita que o FIES, apesar de ser um programa muito interessante, foi na verdade um processo de grande transferência de dinheiro para as universidades – melhor seria dar o financiamento direto na mão do estudante. Os exames a que são submetidos os alunos brasileiros mostram que os de escolas particulares apresentam uma qualificação melhor do que os de escolas públicas – como os mais pobres colocam seus filhos nas escolas públicas, cujo rendimento escolar não é tão adequado, esse é outro fator que leva à desigualdade de oportunidade.

Quanto aos juros altos, eles são fruto do custo do dinheiro e para diminuir isso é preciso haver mais bancos e cooperativas de crédito, ou seja, é preciso abrir as portas para outras instituições financeiras que ainda não operam no Brasil.

É fundamental que permaneçam nas mãos do Estado segurança, educação básica, saúde, manutenção da moeda, controle da inflação e relações exteriores. Os outros setores poderiam ser privatizados.

O Brasil tem cerca de 31 homicídios para cada 100 mil habitantes, um dos maiores índices de homicídios do mundo. Iniciativas para minimizar o problema da segurança pública passam pela integração e valorização das polícias nas esferas municipal, estadual e federal; por uma revisão da lei das execuções penais, que precisa ser mais rígida; além do uso mais intenso da tecnologia no combate ao crime organizado.  


CRÉDITO DA IMAGEM: MARCELLO CASAL JR./AGÊNCIA BRASIL

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