João Amoêdo nasceu em
22/10/1962 (55 anos), no Rio de Janeiro (RJ). Engenheiro, é casado e
tem três filhos. Foi executivo do mercado financeiro com passagem
por diversos bancos privados, tendo sido membro do Conselho de
Administração do Banco Itaú e chegado à presidência do Unibanco.
Desde 2010 se dedica em tempo integral à formação do Novo, partido
político que defende a eficiência na gestão pública e a renovação
das lideranças políticas brasileiras. Deixou a presidência do Novo
e o Conselho de Administração da construtora João Fortes em 2017
para se candidatar a presidente da República.
Entrevistado pela
equipe do Canal Livre, João Amoêdo falou a respeito do
partido Novo, da situação do Brasil e de suas propostas como
candidato à presidência. Segue um resumo de suas colocações
durante o programa.
O partido Novo é
voltado para o eleitor e não para os políticos. Não usa dinheiro
público, não está ligado a sindicato ou associação religiosa e
nem é uma dissidência de qualquer outro partido político. Não tem
problemas de fazer coligação desde que com partidos que tenham os
mesmos princípios e valores. Entre fazer o melhor e fazer o certo, o
Novo prefere fazer o certo. Como o sistema político atual é feito
para fechar qualquer entrada de novos políticos, o partido Novo é
um projeto para as próximas gerações – é para longo prazo. A
crise política e a Lava Jato, que deixaram as pessoas ainda mais
indignadas, fizeram com que o Novo pudesse ser mais notado.
Quanto ao financiamento
público de campanha, João Amoêdo diz não fazer sentido tirar
dinheiro da saúde e da educação para colocar no bolso dos partidos
para bancarem as eleições. Ele acredita que não se
vai mudar o país do dia para a noite, mas é preciso começar e dar
o exemplo. As mudanças no Brasil precisam ser feitas com base em
princípios e valores, caso contrário o país continuará em “voo
de galinha”. A reforma política não anda porque aqueles que
precisam fazê-la se nutrem do sistema – um sistema feito no Brasil
contra o cidadão e a favor dos que já estão no governo, e só a
sociedade, que está pagando a conta, é que por meio de seu voto
pode mudar isso.
Os partidos políticos
brasileiros não apresentam uma ideologia definida, o que pode ser
visto ao se analisar as alianças que foram feitas para as eleições
2018. A enorme quantidade de votos brancos e nulos percebida nas
eleições suplementares ocorridas para governador e prefeito deste
ano dá uma ideia da grande indignação do povo.
A proposta de João
Amoêdo, se eleito presidente, passa por três atos principais:
cortar privilégios e benefícios; montar uma boa equipe técnica e
competente; levar um conjunto de medidas para o Congresso, tais como
a reforma da Previdência, a reforma administrativa (de 26
ministérios passaria para 12, além de uma diminuição no número
de secretarias, que hoje é de 250), a avaliação de funcionários
públicos com a premiação dos bons e reciclagem dos demais (estudos
apontam que os funcionários públicos recebem 50% mais do que é
pago na iniciativa privada), além da reforma política. Acredita que
com respaldo popular e com clareza das explicações durante a
campanha, haverá possibilidade de fazer as mudanças.
Quanto à reforma
trabalhista, João Amoêdo acredita que foi positiva, mas ainda
deixou algumas brechas que poderiam ser revistas, tal como a
portabilidade do FGTS: o empregado deveria ter o direito de aplicar
seu fundo de garantia da forma que melhor lhe aprouver, pois hoje o
governo paga taxas baixíssimas de rendimento sobre esse fundo.
Acredita que tudo o que der maior liberdade
econômica para as empresas, como a terceirização, será melhor
para o Brasil. É preciso equilibrar as contas públicas e dar
segurança jurídica, pois assim certamente haverá maior interesse
das empresas pelo nosso país.
É
preciso atacar a pobreza e a desigualdade social, mas quando o
governo dá pouco reajuste ao FGTS, mas empresta o dinheiro desse
fundo para grandes empresas, quando investe mais no ensino superior
do que no fundamental, o governo está investindo mal o dinheiro.
Amoêdo acredita que o FIES, apesar de ser um programa muito
interessante, foi na verdade um processo de grande transferência de
dinheiro para as universidades – melhor seria dar o financiamento
direto na mão do estudante. Os exames a que são submetidos os
alunos brasileiros mostram que os de escolas particulares apresentam
uma qualificação melhor do que os de escolas públicas – como os
mais pobres colocam seus filhos nas escolas públicas, cujo
rendimento escolar não é tão adequado, esse é outro fator que
leva à desigualdade de oportunidade.
Quanto aos juros altos,
eles são fruto do custo do dinheiro e para diminuir isso é preciso
haver mais bancos e cooperativas de crédito, ou seja, é preciso
abrir as portas para outras instituições financeiras que ainda não
operam no Brasil.
É fundamental que
permaneçam nas mãos do Estado segurança, educação básica,
saúde, manutenção da moeda, controle da inflação e relações
exteriores. Os outros setores poderiam ser privatizados.
O Brasil tem cerca de
31 homicídios para cada 100 mil habitantes, um dos maiores índices
de homicídios do mundo. Iniciativas para minimizar o problema da
segurança pública passam pela integração e valorização das
polícias nas esferas municipal, estadual e federal; por uma revisão
da lei das execuções penais, que precisa ser mais rígida; além do
uso mais intenso da tecnologia no combate ao crime organizado.
CRÉDITO
DA IMAGEM: MARCELLO CASAL JR./AGÊNCIA
BRASIL