O
programa Canal Livre de hoje (03.09) fez uma análise da tendência
eleitoral para presidente da República deste ano
A
transferência de votos do Lula para o Haddad vai se dar de modo
importante. Até que ponto irá essa transferência?
Com
o impasse de Lula ser ou não candidato, o PT conseguiu manter o
drama, a narrativa, e ganhou o que era possível ganhar: jogar o
Haddad na campanha em alta e estar na TV. Dentro das possibilidades,
o PT ganhou novamente o jogo. Mas ser apenas candidato de Lula é
insuficiente – é preciso que se diga quem é Haddad.
Quando
Lula elegeu a Dilma, ele tinha 83% de popularidade, mas agora a
situação é muito diferente. Agora, a votação depende em grande
parte de quem está recebendo como herança os eleitores de Lula (em
2016 não houve a transferência de votos do Lula para Haddad quando
este se candidatou novamente para a prefeitura de SP).
A
linha de corte nas eleições presidenciais será de 20 pontos
percentuais e quem conseguir ultrapassar estará no segundo turno.
Acredita-se que Haddad receberá 20% dos votos válidos, sendo que
atualmente, pelo Índice Band, ele tem 7%.
É
muito difícil imaginar que o PT irá simplesmente se resumir a dizer
que Haddad é o candidato de Lula. Haddad há de se fazer conhecer em
todo o país. Segundo o Datafolha, 30% dos entrevistados votariam no
candidato do Lula, mas quando o nome do candidato era apresentado
essa perspectiva cai para 14%.
Sem
Lula, Marina aparece no Índice Band 20% dos votos válidos, sendo a
maior depositária de votos petistas fora o Haddad.
Índice
Band de intenção de voto sem Lula 24 ago 2018*
|
|
32%
|
Jair
Bolsonaro
|
20%
|
Marina
Silva
|
13%
|
Ciro
Gomes
|
12%
|
Geraldo
Alckmim
|
7%
|
Fernando
Haddad
|
*tabulação
das pesquisas mais relevantes do país, considerando apenas os votos
válidos.
Por
ser Bolsonaro a figura controvertida que é, isso faz com que muita
gente que pretende votar nele não declare essa disposição. Tem 24%
das intenções de voto das mulheres e cerca de 50% do voto
masculino. Já a candidatura de Amoêdo tem ganhado fôlego –
apesar de não ter tempo de televisão –, assim como a de Henrique
Meirelles.
Há
duas grandes concentrações de sentimentos entre os eleitores: um
pouco mais de um terço deles vê o Brasil com indignação, com
raiva, e outro terço vê o país com ansiedade.
O
eleitor que vota indignado ainda pensa um pouco, mas o eleitor que
vota com raiva “vai no automático”. A aposta de Alckmin é que
no decorrer da campanha certa racionalidade se estabeleça – como é
que o país vai voltar à normalidade, como as mudanças serão
aprovadas etc. O PSDB é agora um partido de centro.
Dentro
de 7 a 10 dias teremos sinais mais inequívocos das candidaturas de
Marina e de Ciro Gomes, pois mais de dois terços dos eleitores se
informarão pela televisão e esses candidatos não têm tempo de
televisão (quem tem tempo de televisão e rádio são apenas
Alckmin, Haddad e Meirelles), nem engajamento de internet, tampouco
uma mensagem polarizadora.
Quanto
ao discurso da ética, ele está subjacente a todo debate eleitoral.
A ética será o tempo todo uma questão importantíssima. Não
bastará o candidato ser honesto – há que mostrar a que veio,
mostrar suas propostas. Mas quando se vê um percentual de 45% da
intenção de votos válidos em Lula, não haverá uma aparente
contradição a respeito da ética?
Os
indecisos desta eleição chegam a 32% dos entrevistados, muito
parecido ao percentual de 2014, o que seria um indício de que não
serão fator decisivo nas eleições para presidente deste ano, pois
provavelmente não votarão em nenhum candidato.







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