segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Índice Band das eleições para presidente



O programa Canal Livre de hoje (03.09) fez uma análise da tendência eleitoral para presidente da República deste ano

A transferência de votos do Lula para o Haddad vai se dar de modo importante. Até que ponto irá essa transferência?

Com o impasse de Lula ser ou não candidato, o PT conseguiu manter o drama, a narrativa, e ganhou o que era possível ganhar: jogar o Haddad na campanha em alta e estar na TV. Dentro das possibilidades, o PT ganhou novamente o jogo. Mas ser apenas candidato de Lula é insuficiente – é preciso que se diga quem é Haddad.

Quando Lula elegeu a Dilma, ele tinha 83% de popularidade, mas agora a situação é muito diferente. Agora, a votação depende em grande parte de quem está recebendo como herança os eleitores de Lula (em 2016 não houve a transferência de votos do Lula para Haddad quando este se candidatou novamente para a prefeitura de SP).

A linha de corte nas eleições presidenciais será de 20 pontos percentuais e quem conseguir ultrapassar estará no segundo turno. Acredita-se que Haddad receberá 20% dos votos válidos, sendo que atualmente, pelo Índice Band, ele tem 7%.

É muito difícil imaginar que o PT irá simplesmente se resumir a dizer que Haddad é o candidato de Lula. Haddad há de se fazer conhecer em todo o país. Segundo o Datafolha, 30% dos entrevistados votariam no candidato do Lula, mas quando o nome do candidato era apresentado essa perspectiva cai para 14%.

Sem Lula, Marina aparece no Índice Band 20% dos votos válidos, sendo a maior depositária de votos petistas fora o Haddad.

Índice Band de intenção de voto sem Lula 24 ago 2018*
32%
Jair Bolsonaro
20%
Marina Silva
13%
Ciro Gomes
12%
Geraldo Alckmim
7%
Fernando Haddad
*tabulação das pesquisas mais relevantes do país, considerando apenas os votos válidos.

Por ser Bolsonaro a figura controvertida que é, isso faz com que muita gente que pretende votar nele não declare essa disposição. Tem 24% das intenções de voto das mulheres e cerca de 50% do voto masculino. Já a candidatura de Amoêdo tem ganhado fôlego – apesar de não ter tempo de televisão –, assim como a de Henrique Meirelles.

Há duas grandes concentrações de sentimentos entre os eleitores: um pouco mais de um terço deles vê o Brasil com indignação, com raiva, e outro terço vê o país com ansiedade.
O eleitor que vota indignado ainda pensa um pouco, mas o eleitor que vota com raiva “vai no automático”. A aposta de Alckmin é que no decorrer da campanha certa racionalidade se estabeleça – como é que o país vai voltar à normalidade, como as mudanças serão aprovadas etc. O PSDB é agora um partido de centro.

Dentro de 7 a 10 dias teremos sinais mais inequívocos das candidaturas de Marina e de Ciro Gomes, pois mais de dois terços dos eleitores se informarão pela televisão e esses candidatos não têm tempo de televisão (quem tem tempo de televisão e rádio são apenas Alckmin, Haddad e Meirelles), nem engajamento de internet, tampouco uma mensagem polarizadora.

Quanto ao discurso da ética, ele está subjacente a todo debate eleitoral. A ética será o tempo todo uma questão importantíssima. Não bastará o candidato ser honesto – há que mostrar a que veio, mostrar suas propostas. Mas quando se vê um percentual de 45% da intenção de votos válidos em Lula, não haverá uma aparente contradição a respeito da ética?


Os indecisos desta eleição chegam a 32% dos entrevistados, muito parecido ao percentual de 2014, o que seria um indício de que não serão fator decisivo nas eleições para presidente deste ano, pois provavelmente não votarão em nenhum candidato.

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