Bolsonaro, na opinião dos analistas, se beneficia da curva
ascendente que teve no primeiro turno e do fato de que precisa se esforçar
menos para conquistar votos. "Seu caminho é mais tranquilo no segundo
turno porque em tese ele já conquistou os votos que precisa pra vencer. Ele só
precisa ficar quieto", explica o sociólogo Thiago de Aragão, especialista
em análise de risco político e diretor da consultoria Arko Advice.
Segundo o analista, a
estratégia do candidato do PSL tem de variar entre ser o mais básico possível
na narrativa – não entrar em polêmicas, manter discurso simplista e direito ao
ponto – e fazer um aceno conciliatório com os grupos nos quais ele tem maior
rejeição: as mulheres e os eleitores do Nordeste.
Haddad, por sua vez, precisa criar uma nova narrativa para
conquistar votos e, segundo Aragão, depende de um erro do adversário para
vencer. "Os principais pontos negativos que ameaçaram Bolsonaro no
primeiro turno estão ligados a coisas que foram ditas por sua equipe",
afirma. "Ou seja, o que mais o prejudica é seu próprio pessoal, seus erros
são em casa. Não é o Haddad."
Haddad teria, nesse cenário, dois caminhos possíveis – fazer um
aceno conciliatório ao centro ou se radicalizar à esquerda. Segundo os
analistas, as duas estratégias são arriscadas e é difícil projetar quais seriam
os resultados com base em eleições anteriores pelo fato dessa eleição ser muito
atípica. Um discurso à esquerda consolidaria os votos que o PT já tem, mas
correria o risco de alienar os indecisos e eleitores de outros candidatos no
primeiro turno. No entanto, um aceno ao centro também poderia ser um risco
nesse ano. "Todos os candidatos que optaram por esse discurso centrista
perderam (no primeiro turno)." "Além disso, um discurso centrista
conciliatório do PT envolve uma mea culpa
sobre o que aconteceu nos últimos anos, e eles nunca vão fazer isso",
opina Aragão. (...)
<https://www.bbc.com/portuguese/brasil-45793212>. Acesso em: 9 out. 2018.







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