É
inequívoco que o resultado das urnas trouxe uma comemoração surpreendente por
boa parte da população, independentemente de onde as pessoas estivessem, um
pouco porque seus candidatos foram eleitos e muito por acabar esse processo
eleitoral em que os ânimos estiveram fora do controle. Mais pareceu uma
liberação de energia fortemente reprimida durante um bom tempo.
No
entanto, outra boa parte da população, cujo candidato a presidência não foi
eleito, tem se mostrado nas redes sociais destilando um enorme sentimento
negativo, quase que torcendo para que tudo dê errado. Onde está a inteligência
de alguém que torce para que o país em que vive não “entre nos trilhos” e que a
“roda da economia” não gire? Fazer oposição quando algo não está bem é lícito,
é correto, mas fazer oposição sistemática, sem pensar se o que se propõe é
melhor para o país, beira à total falta de inteligência, daí porque não dá para
ficarmos tranquilos.
As
eleições de 2018 em seus dois turnos mostraram que a população cansou de ser
roubada, ludibriada, enganada. A renovação do Congresso Nacional, com muitos novos
políticos sendo eleitos e os velhos “caciques” sendo rejeitados nas urnas, já
havia demonstrado que a população está mais esclarecida e que não se vende por
uma dentadura ou um par de óculos.
No
segundo turno, dos vinte governadores que se candidataram, metade não foi
reeleita. Alguns dos eleitos para o governo dos estados são pessoas que nunca
militaram antes na política, como os governadores eleitos dos estados de Rio de
Janeiro e de Minas Gerais, que venceram políticos de carreira. O resultado para
governadores também mostra uma população cansada do cenário político atual e quer
uma oportunidade, uma alternativa, que possa mudar a atual situação
político-econômica do Brasil.
Temos
tomado conhecimento nos últimos anos do enorme desvio de dinheiro público pelos
nossos governantes. Muitos deles vinham a público mostrando grande orgulho por
seus programas assistencialistas, principalmente o chamado Bolsa-Família. Mas um
governo que paga a cerca de 14 milhões de famílias uma ajuda de R$ 89,00 por
pessoa por mês para os que se encontram em extrema pobreza viver e de R$ 41,00 por
pessoa por mês, até o limite de R$ 205,00 por família, para os outros menos
favorecidos, deveria se envergonhar da situação em que essas pessoas se
encontram e não se orgulhar de pagar esse auxílio.
Os
desafios tanto para o presidente eleito, Jair Bolsonaro, como para os
governadores são enormes. Não basta ter boas ideias e boa intenção – é preciso
que as propostas sejam aprovadas pelo Congresso Nacional ou pelas Câmaras de
Deputados. E será que as Excelências estarão dispostas a mexer em seus
privilégios, em seus “direitos trabalhistas” tão diferentes dos direitos da
plebe mortal?
Há
muito o que se fazer pelo Brasil. Há muito caminho à frente para percorrer.
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